domingo, 20 de abril de 2008



Uma menina desperta com seu quarto cheio de folhas negras que caem do teto.


Passeia pelas ruas sob a sombra de um grande peixe que flutua sobre ela.



Se imagina dentro de uma garrafa em uma paisagem esquecida.



Se auto-retrata sem saber se é mesmo ela.



Coisas bonitas passam a seu lado sem que ela consiga perceber-las.



Tudo parece não ter razão de ser. Ela cai em um cenário diante de um público misterioso para o qual não sabe o que interpretar.



Regresa ao seu quarto e encontra uma pequena planta vermelha, que cresce e cresce diante de sua precença.


Sequencia de paisagens imaginadas, inspiradas por sentimentos que as crianças, pouco contaminadas pelo que chamamos linguagem, explicam por metáforas: monstros, tempestade, arco-iris, vermelho. The Red Tree é uma história escrita e ilustrada pelo (super)artista australiano Shaun Tan (http://www.shauntan.net/), que aceita os inevitáveis sentimentos negativos, sempre moderados pela esperança. Fantástico, ele parte de um imaginário infantil para criar ilustrações delicadas, que representam sentimentos intensos. É desses livros que justificam o ser-livro: feito pra tocar, folhear e desfolhear.


*Música: My Darling, de Wilco. “Come back to sleep now, my darling… so, please, don’t you grow up too fast.”